Deixe uma mensagem!

Suas opiniões e comentários serão bem vindos!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Relato do pai de Lis




Me chamo Leonardo Oliveira, brasileiro natural de Salvador e pai de Lis, uma menina muito especial e abençoada que nasceu no dia 12 de dezembro de 2010 aqui também em Salvador.
Sua mãe, Lais Barros, uma mulher determinada e muito corajosa sonhou e conseguiu realizar o nascimento de nossa filha em casa. Uma experiência mágica de indescritível grandeza!
Desde o início da gravidez essa idéia a acompanhava, que foi sendo amadurecida a cada dia com as práticas de yôga e assistindo a vídeos de partos domiciliares.
Foi chegando ao final da gravidez e ainda não tínhamos deixado nada certo, além disso, a mãe de Lais combatia o tempo todo contra essa idéia.
Tivemos a informação de uma enfermeira obstetra que realiza parto domiciliar, Mary Galvão, mulher forte e de grande conhecimento de parto natural, pena não termos a conhecido desde o inicio da gestação. Lais então, foi logo ao seu encontro, não tínhamos mais tempo a perder.
Ao chegar do trabalho, a encontrei muito feliz e entusiasmada. Ela me contou sobre a conversa que tiveram e que haviam marcado um segundo encontro para conversar comigo e com a mãe de Lais para esclarecer nossas dúvidas, criando assim um laço de confiança entre a gente.
Porém, o grande dia chegou e antes desse segundo encontro com Mary. No sábado, 11 de dezembro, Lais começou a sentir as contrações e a sua mãe ainda defendia a idéia de ter o parto no hospital, pois tinha muito medo que algo desse errado com a sua filha ou com o bebê.
Lais, contudo, não desistiu, ligou para Mary imediatamente e ela avisou que só iria chegar no outro dia pela manhã, pois estava fora de Salvador. Nos manteve, porém, tranqüilos, dando todas as coordenadas pelo telefone durante a madrugada.
Domingo, 12 de dezembro, às oito horas da manhã Mary chegou, trazendo com ela outra mulher, Susana Tapia, uma xamã parteira que veio do Equador para participar de uma conferência internacional de parto humanizado e por uma benção de um sagrado destino veio parar em nossa casa. As duas chegaram emanando luz para todos os lados nos deixando confortáveis e confiantes.
Mary fez o exame de toque e mediu 5 cm, em seguida, marcou o intervalo das contrações que estavam a cada 5 minutos.
Susana me pediu que eu conseguisse uma pequena piscina plástica para colocar Lais e eu fui correndo em um mercado comprar. Montamos embaixo do chuveiro e a enchemos com água quente para que ela pudesse relaxar.
Mary e Susana cuidaram muito bem de Lais durante todo o trabalho de parto, fazendo massagens, a alimentando e dando apoio com palavras de força.
Algumas vezes nos deixavam à sós para que vivenciássemos o nosso momento.
Assistindo ao trabalho das parteiras e depois de uma rápida conversa com Mary, Cláudia, a mãe de Lais, compreendeu a importância desse parto para a sua filha e se dispôs a ajudar também. Todos nós vibrávamos numa mesma força e harmonia para proporcionar um lindo nascimento a nossa pequena Lis.
O dia foi passando, deu meio dia, uma, duas, três, quatro horas e nada. Lá para as 6 horas da noite as contrações foram ficando mais intensas e vimos que era chegada a hora.
Mary e Susana foram preparara o “ninho” para o parto enquanto esperávamos no banheiro onde Lais relaxava na banheira.
Em seguida, fomos para o quarto e nos acomodamos em edredons forrados no chão. Encostei na parede e Lais se encostou em mim. A luz do quarto estava apagada haviam apenas velas, deixando um clima bastante confortável.
Susana como uma legitima xamã, fez um belo e poderoso ritual para chamar o bebê com ervas e cânticos. Que ritual! Inesquecível.
Passado alguns minutos, a bolsa rompeu, descendo muita água e então Lais ficou de cócoras dando inicio ao período expulsivo.
O nascimento em si foi rápido, ás 19:10 o bebê colocou a pontinha da cabeça para fora e escorregou nas mãos da Xamã, que me deu imediatamente para confortá-la e aquecê-la.
Chorei junto com a minha filha, foi fantástico! Em seguida a passei para a mãe, que a essa altura estava exausta e muito emocionada. Ficamos os três abraçados por um bom tempo até que chegou o momento de cortar o cordão umbilical.
Mary me instruiu como fazer e me passou o material. Antes de cortar, pedi permissão para a minha filha e sua mãe, pois ambas estavam conectadas há nove meses por ele. Foi um momento mais mágico do que o outro, com certeza não sentirei nada igual como nesse dia. Difícil descrever tamanha felicidade.
Nada disso seria possível sem essas mulheres: Mary com o seu conhecimento e total controle durante todo o trabalho, Susana, com o seu poder e sabedoria nos fazendo sentir protegidos a todo o tempo, Lais, minha companheira que com coragem e muito amor deu a luz a nossa filha de uma maneira tão linda e Lis, nossa pequena guerreira que foi quem escolheu ter vindo ao mundo dessa forma.

4 comentários:

  1. Lindo Demais! Emocionei-me ao ler o relato!

    ResponderExcluir
  2. Que mais pais possam sentir essa emoção!!! Parabéns Leonardo por se permitir!!! Um beijo em todos

    ResponderExcluir
  3. Lindo. Que essa experiência seja divulgada para que todos possam ver a importância do parto natural humanizado. À minha querida mestre Mary rendo toda a minha admiração, pois além de mulher forte é uma profissional magnífica.
    Graças e bençãos à familia.

    ResponderExcluir