Me chamo Leonardo Oliveira, brasileiro natural de Salvador e pai de Lis, uma menina muito especial e abençoada que nasceu no dia 12 de dezembro de 2010 aqui também em Salvador.
Sua mãe, Lais Barros, uma mulher determinada e muito corajosa sonhou e conseguiu realizar o nascimento de nossa filha em casa. Uma experiência mágica de indescritível grandeza!
Desde o início da gravidez essa idéia a acompanhava, que foi sendo amadurecida a cada dia com as práticas de yôga e assistindo a vídeos de partos domiciliares.
Tivemos a informação de uma enfermeira obstetra que realiza parto domiciliar, Mary Galvão, mulher forte e de grande conhecimento de parto natural, pena não termos a conhecido desde o inicio da gestação. Lais então, foi logo ao seu encontro, não tínhamos mais tempo a perder.
Ao chegar do trabalho, a encontrei muito feliz e entusiasmada. Ela me contou sobre a conversa que tiveram e que haviam marcado um segundo encontro para conversar comigo e com a mãe de Lais para esclarecer nossas dúvidas, criando assim um laço de confiança entre a gente.
Porém, o grande dia chegou e antes desse segundo encontro com Mary. No sábado, 11 de dezembro, Lais começou a sentir as contrações e a sua mãe ainda defendia a idéia de ter o parto no hospital, pois tinha muito medo que algo desse errado com a sua filha ou com o bebê.
Lais, contudo, não desistiu, ligou para Mary imediatamente e ela avisou que só iria chegar no outro dia pela manhã, pois estava fora de Salvador. Nos manteve, porém, tranqüilos, dando todas as coordenadas pelo telefone durante a madrugada.
Domingo, 12 de dezembro, às oito horas da manhã Mary chegou, trazendo com ela outra mulher, Susana Tapia, uma xamã parteira que veio do Equador para participar de uma conferência internacional de parto humanizado e por uma benção de um sagrado destino veio parar em nossa casa. As duas chegaram emanando luz para todos os lados nos deixando confortáveis e confiantes.
Mary fez o exame de toque e mediu 5 cm, em seguida, marcou o intervalo das contrações que estavam a cada 5 minutos.
Susana me pediu que eu conseguisse uma pequena piscina plástica para colocar Lais e eu fui correndo em um mercado comprar. Montamos embaixo do chuveiro e a enchemos com água quente para que ela pudesse relaxar.
Mary e Susana cuidaram muito bem de Lais durante todo o trabalho de parto, fazendo massagens, a alimentando e dando apoio com palavras de força.
Algumas vezes nos deixavam à sós para que vivenciássemos o nosso momento.
Assistindo ao trabalho das parteiras e depois de uma rápida conversa com Mary, Cláudia, a mãe de Lais, compreendeu a importância desse parto para a sua filha e se dispôs a ajudar também. Todos nós vibrávamos numa mesma força e harmonia para proporcionar um lindo nascimento a nossa pequena Lis.
O dia foi passando, deu meio dia, uma, duas, três, quatro horas e nada. Lá para as 6 horas da noite as contrações foram ficando mais intensas e vimos que era chegada a hora.
Mary e Susana foram preparara o “ninho” para o parto enquanto esperávamos no banheiro onde Lais relaxava na banheira.
Em seguida, fomos para o quarto e nos acomodamos em edredons forrados no chão. Encostei na parede e Lais se encostou em mim. A luz do quarto estava apagada haviam apenas velas, deixando um clima bastante confortável.
Susana como uma legitima xamã, fez um belo e poderoso ritual para chamar o bebê com ervas e cânticos. Que ritual! Inesquecível.
Passado alguns minutos, a bolsa rompeu, descendo muita água e então Lais ficou de cócoras dando inicio ao período expulsivo.
O nascimento em si foi rápido, ás 19:10 o bebê colocou a pontinha da cabeça para fora e escorregou nas mãos da Xamã, que me deu imediatamente para confortá-la e aquecê-la.
Chorei junto com a minha filha, foi fantástico! Em seguida a passei para a mãe, que a essa altura estava exausta e muito emocionada. Ficamos os três abraçados por um bom tempo até que chegou o momento de cortar o cordão umbilical.
Mary me instruiu como fazer e me passou o material. Antes de cortar, pedi permissão para a minha filha e sua mãe, pois ambas estavam conectadas há nove meses por ele. Foi um momento mais mágico do que o outro, com certeza não sentirei nada igual como nesse dia. Difícil descrever tamanha felicidade.
Nada disso seria possível sem essas mulheres: Mary com o seu conhecimento e total controle durante todo o trabalho, Susana, com o seu poder e sabedoria nos fazendo sentir protegidos a todo o tempo, Lais, minha companheira que com coragem e muito amor deu a luz a nossa filha de uma maneira tão linda e Lis, nossa pequena guerreira que foi quem escolheu ter vindo ao mundo dessa forma.
Lindo!
ResponderExcluirLindo Demais! Emocionei-me ao ler o relato!
ResponderExcluirQue mais pais possam sentir essa emoção!!! Parabéns Leonardo por se permitir!!! Um beijo em todos
ResponderExcluirLindo. Que essa experiência seja divulgada para que todos possam ver a importância do parto natural humanizado. À minha querida mestre Mary rendo toda a minha admiração, pois além de mulher forte é uma profissional magnífica.
ResponderExcluirGraças e bençãos à familia.