Pré parto
Quando Tâmara me contou o plano que tinha para o nascimento da Yana eu não demonstrei muito entusiasmo porque tive medo, os medos diversos do tipo com a segurança, junto a isso uma imagem de sangue e sofrimento, etc. Eu sabia que em um hospital isso seria minimizado.
Pensei que Tâmara mudaria de opinião com o tempo o que não aconteceu, mesmo eu tentando de algumas maneiras. Ai veio o encontro com Mary e também a proximidade com o parto, assisti alguns filmes sobre o assunto e de uma certa forma fui me atentando que era isso mesmo, eu tinha que enfrentar.
· Parto
Tínhamos feito alguns planos de como seria quando chegasse o momento do parto e de uma certa forma foi muito bom, quando Tâmara começou sentir as primeiras dores, logo acionamos Mary e isso acalmou a todos.
Mas quando de fato o parto começou e me vi envolvido naquela tarefa que eu não tinha idéia de como reagir, me senti só, vi que era fraco, pensei em correr, porque tinha aceitado isso etc. Mas a parteira estava ali, isso me deu alguma força.
As horas passavam o nenê não chegava e minha ansiedade interna aumentava. Meus medos passavam por mim, mas acredito que decidi manter a calma e confiar e me entregar de coração, queria ver todos bem e salvar minha mulher. Salvar ela foi uma força que me acordou me fez ser útil, porque na minha cabeça a parteira estava cuidando da criança, e ver Tâmara sofrer me enchia de culpa.
Tâmara passou a ser muito importante na hora do parto e senti que tinha que ajudá-la porque ela precisava ouvir minha voz e entender que eu estava ao lado dela, que a amava e que ia salva-la.
Veio então depois de 12 horas o nascimento da Yana, fiquei emocionado de uma maneira nunca antes experimentada, o tempo tinha parado naquele momento. A imagem não era como eu tinha pensado, a criança chegou linda e limpa não tinha sangue, a mãe tinha um rosto sem dor tudo estava parado.
· Pós Parto
Aquela experiência mexeu muito comigo, se tento me recordar me emociono novamente.
Durante 2 dias chorei constantemente, depois disso descobri o amor e de uma maneira o milagre que é estar vivo, a pulsação do cordão umbilical que cortei de minha filha me mostrou a responsabilidade que eu tinha com aquela criança.
Deus me deu uma vida pra cuidar, eu pensei! A experiência me transformou numa pessoa muito superior que descobre o amor e que a vida é um milagre e que precisamos acreditar no mistério que rege tudo.
Fiz um ritual onde enterrei a placenta e agradeci a Deus a minha esposa e minha filha por ter me dado aquela emoção de saber que eu estou vivo e que sou parte daquele momento. Tenho escrito a todos sobre esta experiência e digo aos amigos que se puderem, nunca deixem de viver isto, em um hospital acho difícil vivenciar este momento.
Claro que as palavras dizem pouco, mas o que sei é o que o sentimento continua agindo dentro de todos na família. Agradeço muito também a Mary Galvão e a Liliana que me conduziram por aquele caminho.
Muito amor.
Ainda hoje me emociono ao lembrar desse dia. Eu agradeço, do fundo do coração, ter compartilhado desse momento tão especial da história da sua família.
ResponderExcluirUm abraço!