Parto Domiciliar
Relatos de partos e de outras peculiaridades do universo materno, acompanhados em Salvador/BA e arredores, pela parteira e enfermeira obstetra Mary Galvão e sua equipe.
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quarta-feira, 13 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
O Renascimento do Parto - Impressões de uma "parturiente acadêmica"
por Lara Souto Santana
Oi, gente!
Tudo bem?
Ontem eu fui ao cinema prestigiar o "projeta Brasil" especialmente para ver "O renascimento do parto".
Ao contrário do que possam imaginar, eu não estou grávida, nem nunca tive filhos. Sou encantada pelo assunto, porque minha madrinha é enfermeira/parteira (nem quero dar um nome/título). Contei um pouco sobre isso num post do blog dele há 2 anos. Quem quiser, pode ler AQUI.
Vou dividir com vocês um pouco das minhas impressões, lembrando que sou só uma mera apreciadora do assunto. Logo que cheguei me senti um peixe fora d'água! A sensação que tinha é a de que todos tinham filhos ou estavam "em compasso de espera".
O filme traz uma tonelada de informações, que nos alarmam, que nos revoltam, mas que, sobretudo, nos conscientizam. Evidentemente, muita gente se emocionou. Eu não, mas como me sinto grávida da dissertação de mestrado que estou escrevendo, trouxe isso pra minha realidade.
E como tem gente com o perfil dos médicos querendo te desencorajar! Mas como tem "doulas" querendo te dar forças pra você chegar ao final! Acho que guardadas às devidas proporções, todo evento de fato importante pode ser comparado ao parto, cabe a nós, a decisão de como vamos conduzir todos esses eventos.
Recomendo muito "O renascimento do parto"! Adoraria ver o filme novamente para fazer comentários com mais propriedade, mas o que fica é a urgência de se rever o modele de partos feito no Brasil.
Psiu! Toda mulher deveria ver esse filme para não se deixar enganar por "qualquer desculpinha".
Fiquem com o trailer :-)
**Post publicado originalmente em http://www.letraspartilhadas.com/2013/11/o-renascimento-do-parto-minhas.html
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Adriana Tanese em Salvador. A Alma do Parto: um novo paradigma para a humanização do parto
A UNEB, através do projeto de Extensão Acolhendo à Gestação convida você para mais uma roda: A Alma do Parto: um novo paradigma para a humanização do parto. Como moderadora teremos a convidada Adriana Tanese Nogueira, psicoterapeuta de matriz junguiana da Escola italiana de Silvia Montefoschi, formada em Filosofia em Milão (Itália), foi co-fundadora do site Amigas do Parto em 2001 e co-fundadora e presidenta da Ong Parto e Companhia - Associação das Amigas e Amigos do Parto em 2003.Também é escritora e autora dos livros: A Alma do Parto, Mulheres Contam o Parto dentre outros
“O livro de Adriana constitui um rico manancial para reflexões(...) Desvelando-nos o parto com sua riqueza de sentimentos, emoções, sensações, este livro nos mostra as mulheres num estado privilegiado e modificado da consciência, possível de ser experimentado em pouquíssimas situações.” - Dr. Paulo Batistuta Novaes.
Entre conosco nessa roda. Vamos refletir sobre parto normal enquanto processo de ampliação da consciência.
Para fazer sua inscrição clique aqui
LOCAL
UNEB Auditório do Departamento de Ciências da Vida I
DATA e HORÁRIO
27 de Setembro de 2013 | 08:00 às 17:30 h
PÚBLICO ALVO
Evento gratuito e aberto a todos interessados pelo tema.
ORGANIZAÇÃO
Mary Galvão
www.partodomiciliar.blogspot.com
Chenia d’Anunciação
www.doulasalvador.com.br
OUTRAS INFORMAÇÕES
71 3117-2461 (Procurar Chenia)
Email: acolhendoagestacao@gmail.com
Blog: www.unebacolhendoagestacao.blogspot.com
Facebook: http://www.facebook.com/groups/acolhendoagestacao
Pontos a serem abordados
Concepção do corpo
* Significado do parto na obstetrícia moderna: prática e visão.
* Posições e lugares durante o parto.
* A dor no parto.
* Os objetivos do parto.
* Experiência do parto e nascimento
Concepção da relações sociais.
Relações: profissionais-instituições | Relações entre profissionais | Relações profissionais-pacientes |Doulas e acompanhantes |O bebê
Identidade psicológica
* O que sente e como funciona a mente do profissional humanizado
* Psicologia da grávida e parturiente humanizada
* Relações mente-corpo, razão-emoções
* Mecanismos psicológicos de auto-preservação no paradigma humanizante
Perspectiva existencial
* Ser ponte: o sagrado do parto
* Mães e sua iniciação à subjetividade madura
* Busca de sentido: conhecendo-se a si mesmos
* Humanização: uma nova etapa da civilização humana
PROGRAMAÇÃO
Convidada Adriana Tanese Nogueira
8:00 as 9:00 Abertura da roda
9:00 as 10:00h Apresentação do conteúdo
10:00 as 10:30 Intervalo para lanche
10:30 as 11:30 Concepção psicológica e implicações na identidade de profissionais e usuári@s
11:30 as 12:30 - Concepção do corpo: relações de gênero e sociais, práticas obstétricas, escolhas e pontos de vista
12:30 as 13:30 - Intervalo para o almoço
13:30 as 14:00 - Dinâmica de Integração
14:00 às 15:30 - Perspectiva Existencial
15:30 as 16:30 - Plenária para debate
16:30 as 17:30 - A alma do Parto
17:30 as 18:00 - Lançamento do Livro A Alma do Parto da autora.
Contatos da Adriana Tanese Nogueira
www.ongamigasdoparto.com | www.psicologiadialetica.com | www.atnhumanize.com
“O livro de Adriana constitui um rico manancial para reflexões(...) Desvelando-nos o parto com sua riqueza de sentimentos, emoções, sensações, este livro nos mostra as mulheres num estado privilegiado e modificado da consciência, possível de ser experimentado em pouquíssimas situações.” - Dr. Paulo Batistuta Novaes.
Entre conosco nessa roda. Vamos refletir sobre parto normal enquanto processo de ampliação da consciência.
Para fazer sua inscrição clique aqui
LOCAL
UNEB Auditório do Departamento de Ciências da Vida I
DATA e HORÁRIO
27 de Setembro de 2013 | 08:00 às 17:30 h
PÚBLICO ALVO
Evento gratuito e aberto a todos interessados pelo tema.
ORGANIZAÇÃO
Mary Galvão
www.partodomiciliar.blogspot.com
Chenia d’Anunciação
www.doulasalvador.com.br
OUTRAS INFORMAÇÕES
71 3117-2461 (Procurar Chenia)
Email: acolhendoagestacao@gmail.com
Blog: www.unebacolhendoagestacao.blogspot.com
Facebook: http://www.facebook.com/groups/acolhendoagestacao
Pontos a serem abordados
Concepção do corpo
* Significado do parto na obstetrícia moderna: prática e visão.
* Posições e lugares durante o parto.
* A dor no parto.
* Os objetivos do parto.
* Experiência do parto e nascimento
Concepção da relações sociais.
Relações: profissionais-instituições | Relações entre profissionais | Relações profissionais-pacientes |Doulas e acompanhantes |O bebê
Identidade psicológica
* O que sente e como funciona a mente do profissional humanizado
* Psicologia da grávida e parturiente humanizada
* Relações mente-corpo, razão-emoções
* Mecanismos psicológicos de auto-preservação no paradigma humanizante
Perspectiva existencial
* Ser ponte: o sagrado do parto
* Mães e sua iniciação à subjetividade madura
* Busca de sentido: conhecendo-se a si mesmos
* Humanização: uma nova etapa da civilização humana
PROGRAMAÇÃO
Convidada Adriana Tanese Nogueira
8:00 as 9:00 Abertura da roda
9:00 as 10:00h Apresentação do conteúdo
10:00 as 10:30 Intervalo para lanche
10:30 as 11:30 Concepção psicológica e implicações na identidade de profissionais e usuári@s
11:30 as 12:30 - Concepção do corpo: relações de gênero e sociais, práticas obstétricas, escolhas e pontos de vista
12:30 as 13:30 - Intervalo para o almoço
13:30 as 14:00 - Dinâmica de Integração
14:00 às 15:30 - Perspectiva Existencial
15:30 as 16:30 - Plenária para debate
16:30 as 17:30 - A alma do Parto
17:30 as 18:00 - Lançamento do Livro A Alma do Parto da autora.
Contatos da Adriana Tanese Nogueira
www.ongamigasdoparto.com | www.psicologiadialetica.com | www.atnhumanize.com
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Acolhendo a mulher e resignificando a violência no parto
O projeto de Extensão Acolhendo à Gestação para mais uma roda: Acolhendo a mulher e resignificando a violência no parto. O modelo de assistência ao parto e nascimento instituído nas maternidades de Salvador continuam expondo as parturientes e bebês a um tratamento desrespeitoso e constrangedor.
Embora a Rede Cegonha, enquanto política do Governo Federal para Humanização do parto, defenda mudanças efetivas na prática da ao parto e nascimento a insatisfação, ainda constitui a maior queixa das gestantes.
Este mal estar está na fala de mulheres que tiveram seus bebês de partos normais ou de cesáreas na maioria destas maternidades e que passam a reivindicar para si e outras mulheres a vivência desse processo tão especial de forma acolhedora e respeitosa.
Os motivos que mais comprometem a qualidade desta assistência são contra indicados há mais de uma década e dentre eles, destaca-se:
* Manter a mulher deitada sem direito ao livre movimento;
* Deixá-la em jejum por muitas horas;
* Colocar soro com ocitocina para acelerar as contrações;
* Impedir ou dificultar a presença de um acompanhante;
* Amedrontar a mulher que quer parto normal;
* Inverdades no diagnóstico para conduzir a mulher à cesariana por conveniência médica.
Venha conversar conosco, nos conte seu parto!
Pontos a serem abordados
* Fatores determinantes da violência nas maternidades de Salvador;
* Elementos para o controle da violência;
* A importância da informação para garantir os direitos na prevenção da violências por parte dos profissionais de saúde;
* Afastamento precoce por conduta indevida prejudicando formação do vínculo precoce entre mãe e bebê;
* As redes de apoio a mulher em situação de violência obstétrica;
* A ressignificação da violência obstétrica sofrida em práticas prol humanização do parto e do nascimento.
Informe-se
Mapa da Violência Obstétrica no Brasil
Programação
8:00 h – 08:30 h Recepção dos participantes
08:00 h ás 08:50 h Exibição de filme Violência Obstétrica a Voz das Brasileiras
08:50 h às 09:30 h Abertura da Roda com os convidados:
Daniela Leal — Psicóloga e Coordenadora do Grupo RodaViva Gestação, parto e família na roda.
Alexandre Coimbra — Mestre em Psicologia Clínica, Terapeuta Familiar e de Casal, Diretor do Instituto Humanitas, Coordenador do Grupo RodaViva Gestação, parto e família na roda.
09:30 h às 10:00 h Lanche
10:00 h s às 11:30 h Diálogo com participantes
11:30 h às 12:00 h Encerramento e avaliação dos trabalhos.
Contatos dos Convidados:
www.gruporodaviva.org.br
www.institutohumanitas.com.br
quarta-feira, 12 de junho de 2013
I ENCONTRO NORDESTINO DE PICs EM JUAZEIRO
Esta é a última postagem sobre o Encontro de PICs de Juazeiro. Quero partilhar umas poucas das inúmeras coisas que encontrei ali. Quem leu a última postagem verá que me repito em alguns comentários, mas as pessoas citadas merecem, tenham certeza disso.
A Enfermeira e parteira Suely Carvalho foi de uma propriedade e simplicidade (paradoxalmente) espetacular em suas falas no encontro. Admirável. Tem larga experiência com o parto domiciliar e é uma pena que não seja escutada como deveria. Pouco antes de ir ao Encontro li em jornal de Salvador uma matéria intitulada “Gestante peregrina quatro dias por hospitais em busca de atendimento”. Isso é fruto da hospitalização do parto. Entender o parto como patologia, como algo a ser tratado como doença leva a condutas que cada dia mais vão sobrecarregar o serviço público. O hospital e o domicílio deveriam ser vistos como complementares no atendimento à parturiente, como o que ocorre na Holanda, país que tem o menor índice de infecções puerperais e o maior índice de parto em casa.
Aproveito esta chamada sobre Suely para comentar que as filas enormes que o SUS acumula decorrem da medicalização da vida. Hoje somos chamados a ver cada um dos nossos problemas como passíveis de solução sem nenhum investimento emocional, ativo, pessoal, sem subjetividade. Somos tratados como objetos inertes diante da ação da doença a ser combatida pela intervenção salvadora do profissional da saúde. Urgentemente precisamos repensar o modelo de saúde. Faz-se necessária a adoção real da Estratégia de Saúde da Família em todos os municípios do Brasil e um amplo trabalho nos moldes da Terapia Comunitária do prof. Adalberto Barreto, ou da ação de Celerino Carriconde, como forma de atender a uma necessidade óbvia, mas pouco considerada, que é a participação efetiva do sujeito no seu processo de cura. Não espero que os clientes saibam mais que os médicos (contra-argumento usado frequentemente), mas espero que nós, profissionais da saúde em geral, entendamos que temos no cliente um sujeito com partes materiais (biológicas), dotado de subjetividade e que faz parte de um entorno socioambiental. Do ponto de vista da valorização econômica do médico pode ser útil medicalizar a vida, mas isso com o tempo irá gerar cada vez maior congestionamento dos serviços de saúde, para dizer o mínimo.
Vejam palavras de Celerino Carriconde: 1. “Onde está a palavra está o poder”; 2. “Quem não participa está desempoderado, está doente”;3. “Não mais revolução para o povo, mas com o povo”. Em uma fala sobre a apropriação do conhecimento pela comunidade. Conheçam este sujeito e vão se admirar dele.
Chorei de emoção com a apresentação da professora Lenice Maia, sobre o trabalho que ela e equipe fazem no Hospital das Clínicas de Recife. As fotos dos pacientes encantados com corais, teatro e música... Os resultados quantificados em gráficos mostrando a recuperação e o conforto dos internados é algo de arrepiar o mais duro dos homens.
A professora Anamélia Franco da UFBa, falou sobre o Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BI). Fiquei com a maior inveja dos estudantes que passam por este curso que, em realidade introduz os jovens (e também os não jovens) em um mundo bem mais amplo do que aquele das estreitezas de uma carreira estrita. O contato com aqueles que são alunos da BI confirma amplamente isso. Tenho certeza que quem cursa BI e depois se dedica à medicina, fisioterapia etc. será profissional que se destacará no cuidado. Aliás Anamélia foi uma das pessoas que se destacaram, mas para mim, não apenas pelo conhecimento e competência, sim também pela cara angelical e ao mesmo tempo traquinas. É especialista em futucar as pessoas para fazê-las se mexer.
O professor Nelson Filice Barros deu um show em sua fala. Sua presença era de tranquilidade e paz enquanto nos conduzia por uma apresentação pelos caminhos do conhecimento das PICs e mostrava até as relações de poder que estão por trás da atitude da sociedade frente às PICs. Queria ver sua fala por escrito, pois não deu para anotar tudo. Excelente!
Sei que estou sendo injusto com outras pessoas que brilharam neste evento em Juazeiro, sob a batuta do brilhante Alexandre Barreto, mas teria que escrever um livro se fosse dizer tudo. Não assisti a nenhuma mesa que possa ter dito “essa não valeu a pena”. Espero que estas poucas linhas para tão grande evento sejam úteis e estimule a quem leia.
Recebam um abraço estimulante de Aureo Augusto.
A Enfermeira e parteira Suely Carvalho foi de uma propriedade e simplicidade (paradoxalmente) espetacular em suas falas no encontro. Admirável. Tem larga experiência com o parto domiciliar e é uma pena que não seja escutada como deveria. Pouco antes de ir ao Encontro li em jornal de Salvador uma matéria intitulada “Gestante peregrina quatro dias por hospitais em busca de atendimento”. Isso é fruto da hospitalização do parto. Entender o parto como patologia, como algo a ser tratado como doença leva a condutas que cada dia mais vão sobrecarregar o serviço público. O hospital e o domicílio deveriam ser vistos como complementares no atendimento à parturiente, como o que ocorre na Holanda, país que tem o menor índice de infecções puerperais e o maior índice de parto em casa.
Aproveito esta chamada sobre Suely para comentar que as filas enormes que o SUS acumula decorrem da medicalização da vida. Hoje somos chamados a ver cada um dos nossos problemas como passíveis de solução sem nenhum investimento emocional, ativo, pessoal, sem subjetividade. Somos tratados como objetos inertes diante da ação da doença a ser combatida pela intervenção salvadora do profissional da saúde. Urgentemente precisamos repensar o modelo de saúde. Faz-se necessária a adoção real da Estratégia de Saúde da Família em todos os municípios do Brasil e um amplo trabalho nos moldes da Terapia Comunitária do prof. Adalberto Barreto, ou da ação de Celerino Carriconde, como forma de atender a uma necessidade óbvia, mas pouco considerada, que é a participação efetiva do sujeito no seu processo de cura. Não espero que os clientes saibam mais que os médicos (contra-argumento usado frequentemente), mas espero que nós, profissionais da saúde em geral, entendamos que temos no cliente um sujeito com partes materiais (biológicas), dotado de subjetividade e que faz parte de um entorno socioambiental. Do ponto de vista da valorização econômica do médico pode ser útil medicalizar a vida, mas isso com o tempo irá gerar cada vez maior congestionamento dos serviços de saúde, para dizer o mínimo.
Vejam palavras de Celerino Carriconde: 1. “Onde está a palavra está o poder”; 2. “Quem não participa está desempoderado, está doente”;3. “Não mais revolução para o povo, mas com o povo”. Em uma fala sobre a apropriação do conhecimento pela comunidade. Conheçam este sujeito e vão se admirar dele.
Chorei de emoção com a apresentação da professora Lenice Maia, sobre o trabalho que ela e equipe fazem no Hospital das Clínicas de Recife. As fotos dos pacientes encantados com corais, teatro e música... Os resultados quantificados em gráficos mostrando a recuperação e o conforto dos internados é algo de arrepiar o mais duro dos homens.
A professora Anamélia Franco da UFBa, falou sobre o Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BI). Fiquei com a maior inveja dos estudantes que passam por este curso que, em realidade introduz os jovens (e também os não jovens) em um mundo bem mais amplo do que aquele das estreitezas de uma carreira estrita. O contato com aqueles que são alunos da BI confirma amplamente isso. Tenho certeza que quem cursa BI e depois se dedica à medicina, fisioterapia etc. será profissional que se destacará no cuidado. Aliás Anamélia foi uma das pessoas que se destacaram, mas para mim, não apenas pelo conhecimento e competência, sim também pela cara angelical e ao mesmo tempo traquinas. É especialista em futucar as pessoas para fazê-las se mexer.
O professor Nelson Filice Barros deu um show em sua fala. Sua presença era de tranquilidade e paz enquanto nos conduzia por uma apresentação pelos caminhos do conhecimento das PICs e mostrava até as relações de poder que estão por trás da atitude da sociedade frente às PICs. Queria ver sua fala por escrito, pois não deu para anotar tudo. Excelente!
Sei que estou sendo injusto com outras pessoas que brilharam neste evento em Juazeiro, sob a batuta do brilhante Alexandre Barreto, mas teria que escrever um livro se fosse dizer tudo. Não assisti a nenhuma mesa que possa ter dito “essa não valeu a pena”. Espero que estas poucas linhas para tão grande evento sejam úteis e estimule a quem leia.
Recebam um abraço estimulante de Aureo Augusto.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Roda do Dar de Mamar
Para se inscrever Clique Aqui.
O leite materno é completo. Isso significa que até os 6 meses o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Ele funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é limpo, está sempre pronto e quentinho. Outro beneficio de dar de mamar é fortalecer o contato afetivo entre você e seu bebê .
Neste espaço promoveremos um dialogo sobre os benefícios e principais dificuldades no aleitamento materno, esclarecendo as dúvidas, buscando soluções, analisando os mitos e trocando experiências sobre o dar de mamar.
Teremos como convidadas a Tarsila Leão (A Mama—Assessoria em Amamentação e uma representante do Banco de Leite da Maternidade Climério de Oliveira.
INFORMAÇÕES
14 de Junho de 2013 das 8h às 12h
UNEB - Auditório do Departamento de Ciências da Vida I—Cabula.
71 3117-2461 (Procurar Chenia d’Anunciação)
Email: acolhendoagestacao@gmail.com
Para saber mais sobre aleitamento materno clique nos links abaixo:
- Aleitamento Materno Solidário
- Biblioteca Virtual em Saúde - Aleitamento Materno
- Grupo Virtual de Aleitamento Materno no Facebook - Aqui você encontra uma lista de textos interessantes, para além de poder compartilhar informações, dúvidas e outros com profissionais da área, mulheres que tiveram a experiência de amamentar nas mais diversas circunstâncias.
- Aleitamento.com- 1º site mundial de aleitamento materno em Português
Bancos de leite da Bahia
Feira de Santana
1 - Hospital Geral Cleriston Andrade
Centro de Referência para o Incentivo ao Aleitamento Materno e BLH -HGCA
AV. Eduardo Fróes da Mota, s/n , 35 BI
Feira De Santana - CEP: 44055-100
Tel.: 75-3221-0353 - Fax: 75-3221-0353
edilmareis@globo.com
2 - Hospital Inácia Pinto dos Santos
Banco de Leite Humano do Hospital Inácia Pinto dos Santos
Rua da Barra, 705 , Jardim Cruzeiro
Feira De Santana - CEP: 44015-430
Tel.: 75-3602-7155 - Fax: 75-3602-7112
blhhips@yahoo.com.br
Itabuna
AV. Eduardo Fróes da Mota, s/n , 35 BI
Feira De Santana - CEP: 44055-100
Tel.: 75-3221-0353 - Fax: 75-3221-0353
edilmareis@globo.com
2 - Hospital Inácia Pinto dos Santos
Banco de Leite Humano do Hospital Inácia Pinto dos Santos
Rua da Barra, 705 , Jardim Cruzeiro
Feira De Santana - CEP: 44015-430
Tel.: 75-3602-7155 - Fax: 75-3602-7112
blhhips@yahoo.com.br
Itabuna
3 - Hospital Manoel Novaes
Banco de Leite Humano do Hospital Manoel Novaes
Rua Santa Cruz s/n, s/n , Bairro de Fátima
Itabuna - CEP: 45603-305
Tel.: 73-3214-4346 - Fax: 73-3214-4348
eivaney@yahoo.com.br
Vitória da Conquista
4 - Hospital Municipal Esaú Matos
Banco de Leite Humano do Hospital Esaú Matos
Av Macaubas, 100 , Kadua
Vitoria Da Conquista - CEP: 45065-540
Tel.: 77-3422-6200 - Fax: 77-3422-8100
udreymarins@uol.com.br
Salvador
5 - Instituto de Perinatologia da Bahia - IPERBA
Banco de Leite Humano do IPERBA
Rua Teixeira de Barros, 72 , Brota
Salvador - CEP: 41110-000
Tel.: 71-3116-5118 - Fax: 71-3116-521
iperba.nutricao@saude.ba.gov.br
6 - Maternidade Climério de Oliveira
Banco de Leite Humano da Maternidade Climério de Oliveira
Rua do Limoeiro, 137 , Nazaré
Salvador - CEP: 40055-150
Tel.: 71-3283-9264 - Fax: 71-3283-9217
blh@mco.ufba.br
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Vivência do Sagrado Feminino na Gestação
O Projeto Acolhendo a Gestação encerra suas atividades de 2012 e convida todos interessados pelo tema para participarem da Vivência do feminino sagrado na gestação.
Compreendemos que o processo de gestar faz parte do milagre da Vida e estar mais consciente, estabelecer uma conexão positiva com seu bebê contribui para a formação de uma sociedade mais saudável.
O Ayurveda - Ciência da Vida, amplia a perspectiva sobre essa decisão da mulher e da família em gerar uma nova vida e recomenda algumas práticas cotidianas para que seja feita conexão com o sagrado presente no gestar e na vida antes mesmo da concepção.
Pontos a serem abordados
- Promover o diálogo para processo da criatividade na gestação
- Vivenciar o silêncio interno para ampliar a interação com o bebê
- Tomar consciência dos sentidos que faz a conexão com a Deusa interior.
Programação
Uneb - Auditório do Departamento de Ciências da Vida I
Uneb - Auditório do Departamento de Ciências da Vida I
14 de dezembro de 2012
8:00 h – 08:30 h
- Recepção dos participantes
08:30 h ás 11:30 h
- Abertura da Roda
- Danças Circulares sagradas
- Diálogo com participantes
Facilitadoras:
SHERI DAMAR | Avó, mãe de 3 filh@s, filha de parto natural. Especialista em Consciência e Educação, Fundadora do Prana Dhama, Coordenadora do Grupo de Mulheres do Dhyana Spa, uma das coordenadoras o projeto Gestação Consciente e do Projeto Massagem para Gestantes - Garbhini Abhyanga. Adoula pelo Instituto Shaumbra, Doula pela Ando. Formada em Ayurveda e Panchakarma na Índia, aprofundamento em Ayurveda para mulheres com o Dr Svoboda e Dra. Claudia Welch pelo Instituto NaraDeva Shala. Deeksha Giver pela Onenes University, formação em Constelação familiar, renascedora.
MAIANA KOKILA | Administradora de si mesma, Astróloga indiana, Consultora e Professora em Ayurveda (especializada em Saúde da Mulher - Dr. Svoboda e Dra. Claudia Welch), Yoga e Massagem. Espiritual Adoula, Doula, Facilitadora de Danças Meditativas. Co-criadora do Projeto Massagem para Gestantes - Garbhini Abhyanga e Gestação Consciente. Na Índia, estudou com a parteira Marina Dadasheva (Russia) e no Nepal, Prasuti Tantra com o Dr. Rishi Ram Koirala (Ayurveda Health Home).
Sites das facilitadoras:
Teremos um intervalo para integração, frutas, sucos, bolos e lanches saudáveis serão bem vindos para compartilharmos.
11:30 h às 12:00 h
- Encerramento e avaliação dos trabalhos.
Maiores informações
71 3117-2461 ou smos@uneb.br
Procurar Chenia d'Anunciação
Organização
Mary Galvão
Chenia d'Anunciação
(www.doulasalvador.com.br)
terça-feira, 27 de novembro de 2012
A Humanização do Nascimento
Convidamos mulheres, homens e famílias interessadas em informações e histórias que cercam o momento do parto e nascimento para participarem deste evento onde os ritos, orações e símbolos que integram os elementos de valorização deste ritual sagrado será debatido sobre a perspectiva da espiritualidade enquanto elemento da Humanização da Assistência.
A fala da palestrante convidada será de Iara Silveira, Enfermeira Obstetra, fundadora da ONG HANAMI em Florianópolis, atualmente atendendo parto domiciliar em Brasilia. O evento contará ainda com as presenças de:
Dra.Marilena Pereira - Médica Obstetra do Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho em Salvador
Daniela Leal - Psicológa e fundadadora do Grupo RodaViva em Salvador
Mary Galvão- Enfermeira Obstetra e Docente do Curso de Enfermagem da UNEB e ativista do Movimento pela Humanização da Atenção ao Parto e Nascimento.
A fala da palestrante convidada será de Iara Silveira, Enfermeira Obstetra, fundadora da ONG HANAMI em Florianópolis, atualmente atendendo parto domiciliar em Brasilia. O evento contará ainda com as presenças de:
Dra.Marilena Pereira - Médica Obstetra do Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho em Salvador
Daniela Leal - Psicológa e fundadadora do Grupo RodaViva em Salvador
Mary Galvão- Enfermeira Obstetra e Docente do Curso de Enfermagem da UNEB e ativista do Movimento pela Humanização da Atenção ao Parto e Nascimento.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Agradecimento
Agradecemos profundamente à equipe do Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira pelo Acolhimento, Respeito, Solidariedade e Alegria com que fomos recebidas durante a assistência ao parto de Laura Silveira de Oliveira e ao nascimento de Malu, na última quinta-feira (25/10/2012).
Agradecemos especialmente:
Às Técnicas de Enfermagem Jaqueline e Dijean pela delicadeza e perícia na assistência;
À Enfermeira Obstetra Suzana, pela receptividade, ao abrir as portas da casa, com o coração aberto;
À Enfermeira Obstetra Gertrudes, pela alegria e sabedoria prestadas na assistência ao parto e ao acolhimento de Malu;
À Dra. Marilena, pela delicadeza, objetividade, perícia e presteza necessárias à assistência ao parto e ao pós-parto imediato;
À jovem médica, cujo nome não registramos, devido às emoções do momento, que entrou na história, auxiliando e vibrando positivamente.
Foi maravilhoso estar com vocês todas! Muitíssimo obrigada!
Que esta Casa siga firme no seu propósito de Acolhimento e Humanização do Nascimento!
Um grande abraço!
Mary Lucia Galvão - Enfermeira Obstetra e Parteira
Liliana Silveira - Doula
Agradecemos especialmente:
Às Técnicas de Enfermagem Jaqueline e Dijean pela delicadeza e perícia na assistência;
À Enfermeira Obstetra Suzana, pela receptividade, ao abrir as portas da casa, com o coração aberto;
À Enfermeira Obstetra Gertrudes, pela alegria e sabedoria prestadas na assistência ao parto e ao acolhimento de Malu;
À Dra. Marilena, pela delicadeza, objetividade, perícia e presteza necessárias à assistência ao parto e ao pós-parto imediato;
À jovem médica, cujo nome não registramos, devido às emoções do momento, que entrou na história, auxiliando e vibrando positivamente.
Foi maravilhoso estar com vocês todas! Muitíssimo obrigada!
Que esta Casa siga firme no seu propósito de Acolhimento e Humanização do Nascimento!
Um grande abraço!
Mary Lucia Galvão - Enfermeira Obstetra e Parteira
Liliana Silveira - Doula
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
RELATO DO PARTO DE MANUELA BOSQUIROLLE E NASCIMENTO DE ZAION
Manuela é
paranaense, bióloga que veio para Bahia há cinco anos para trabalhar no Projeto
Tamar. Ela conheceu um baiano – Adolfo e se apaixonaram a ponto de querer um
fruto desse amor.
Manuela veio
me procurar com IG de 34 semanas por indicação de Carla Miranda, sua doula. No
nosso primeiro encontro percebi que se tratava de uma mulher forte e
determinada e sabia exatamente os motivos que a faziam optar por um parto
domiciliar. Segura e decidida ela se comprometeu a retornar uma semana depois
com seu parceiro para oficializar o contrato de assistência ao parto domiciliar.
Quando retornou com Adolfo, observei e constatei que se tratava de um casal
plenamente grávido e feliz!
A condição
emocional da gestante, me tranquilizou porque sabemos que o parto é muito mais
tranquilo quando a gestante tem o apoio efetivo de seu parceiro. Durante o
período de acompanhamento pré-natal (junho, julho e agosto) fui percebendo que
Manuela era muito cuidadosa com sua alimentação – totalmente naturista e estava
em perfeito estado de saúde. A data provável do parto estava prevista para 13
de agosto; no calendário lunar ela completou 10 luas em 16 de agosto. Com tudo
já organizado em sua casa novinha em folha, comprada para celebrar este grande
momento da união amorosa. Ela falava com muita vibração sobre a compra da casa
nova em Arembepe – comunidade litoral a 40 km de Salvador. Quando fui conhecer
sua casa observei que a família, com a chegada de sua irmã Luiza, que veio para
colaborar no período do parto, estava muito feliz com a aproximação do parto de
Manuela e nascimento de Zaion .
Nesta mesma
semana também chegou a Salvador uma parteira amiga, Marilanda, que mora no Rio
de Janeiro onde atua na assistência ao parto domiciliar. Combinamos com a
gestante a realização de um ritual de dança do fogo, de origem indígena, que
promove uma transmutação de energia através de movimentos rítmicos em volta da
fogueira, para limpar a aura da mãe que vai receber o novo espirito na terra.
Aprendi este ritual no Equador onde participei juntamente com Suzana, amiga
xamã que trabalha nesta perspectiva.
Na noite
combinada para o ritual chegamos (eu, Carla e Marilanda) e encontramos Manuela,
Adolfo, Luiza e sua irmã Mariela que havia chegado um dia antes, para passar o
final de semana com eles. Um pouco mais tarde chegaram Chenia com sua filhinha
Zaia, que trouxe muita alegria e criatividade para aquele momento especial. A
fogueira já estava arrumada na varanda, o alimento do ritual havia sido
preparado saborosamente por Manuela e eu havia levado arroz doce para os orixás
convidados.
Manu foi
cuidadosamente maquiada por suas irmãs e Zaia cuidou de pintar o barrigão que
foi transformado em uma tela onde ela e as irmãs de Manuela pintaram uma imagem
bastante sugestiva (vide foto)! O ritual ocorreu em clima de muita magia unindo
família e amigos para celebrar a chegada de Zaion.
No dia 15 de agosto a Manuela retornou para uma consulta informando que por motivos familiares as suas irmãs tiveram que retornar a Minas Gerais. Neste encontro percebi um “certo grau de ansiedade” em Manuela que não foi expressado verbalmente. Mas seu comportamento estava diferente. Sua saúde física continuava ótima, mas emocionalmente existia alguma sombra. No dia seguinte Adolfo me confessou por telefone que ela estava irritada. Uma semana depois (dia 22) ela retornou para uma nova avaliação e ao final da consulta, questionou “por que será que não entro em TP” (Trabalho de Parto). Silenciamos por um curto período e ouvimos (eu e Marilanda) atentamente seus relatos e ao final da consulta ela trouxe uma preocupação de sua mãe, que por telefone havia lhe assustado com sua escolha de ter o parto domiciliar. Diante da verbalização do sentimento transferido por sua mãe, achamos muito importante abrir nossa observação da consulta anterior - ela havia mudado de comportamento nestas duas semanas que antecediam o parto. Foi muito interessante ouvir a opinião e impressões pessoais de Manuela a respeito de sua relação com sua mãe que permanece querendo exercer controle sobre as decisões da filha neste momento delicado! Saímos desta consulta confiantes nos resultados positivos da verbalização e elaboração dos sentimentos que Manuela estava vivenciando.
À medida que
as contrações aumentavam em duração e intensidade, Manuela demonstrava mais
determinação de dar continuidade ao processo, embora gemente, ela movimentava-se
livremente com o apoio de Carla que oferecia ajuda, mudanças de movimentos
usando a bola e dona de suas decisões. Com o trabalho de parto em franca evolução,
achamos que era chegada a hora de esquentar a água e colocar as ervas para
aromatização do ambiente. Nesta consciência de observar silenciosamente a
evolução do processo, também percebi o clima intimista que havia se instalado
naquele ambiente. Por volta das 10 horas, vi Carla e Marilanda começarem a
encher a piscina com baldes e caldeirões de água morna. Por volta das 11 horas,
Manuela começou a gemer alto durante as contrações. Às 11:30 fizemos o primeiro toque vaginal para
avaliação das condições do colo: apresentação encaixada no 2º plano de De Lee,
com colo fino e dilatado para 5 centímetros.
Em seguida ela entrou na piscina, ali permaneceu durante uma hora. Às 12:30 horas
contrações se tornaram muito dolorosas e Manuela começou a gritar muito alto.
Esses gritos chamaram atenção da vizinhança que vieram e gritaram no portão: “tão
precisando de ajuda ai?!”. Questionavam o motivo daqueles gritos. Adolfo foi
até o portão para tranquiliza-los e informando-os que sua esposa encontrava-se
em TP sendo acompanhada por duas parteiras e que a melhor maneira de receber
ajudar era se eles fizessem uma oração. Ouvir alguém perguntar lá fora para o
Adolfo, por que não leva ela para o Hospital?
A partir desta interferência externa, Manuela
que já estava bem focada no seu processo, ativou seu lado mental (neocórtex) e
mudou totalmente de comportamento. Agora ela estava mais atenta aos detalhes a
sua volta, seu instinto materno lhe ativou o neocortex e o processo foi
abruptamente alterado. A partir daí as contrações se espaçaram muito e ela
muito cansada, depois de horas de franco trabalho, demonstrou muita irritação.
Decididamente levantou-se de seu cantinho, aos pés da sua cama e retornou para
a piscina, colocada na sala. Entrou na água e ficou pensativa por alguns
momentos. Marilanda me chamou no quintal para uma conversa de avaliação das
alterações do processo. Chamamos Carla para participar de nossa conversa
reservada. E toda equipe chegou à mesma conclusão, a evolução do parto sofreu
uma interrupção. Precisávamos ajudar Manu retornar para seu processo. Pensamos
em aproximar Adolfo a Manu. Conversamos com ele reservadamente e sugerimos que
ele entrasse com ela na piscina. Fomos as três para a varanda e ali
permanecemos por um período de uma hora. Quando ouvimos os gemidos de Manuela,
recuperando o seu padrão de contração da fase ativa, aí, retornamos a sala.
Manuela havia retornado o processo com gemidos durante as contrações, agora bem
fortes, ela continuava na piscina chorando muito e expressando alto grau de
cansaço. Em clima de apoio e compaixão, Adolfo levantou-se e pegou o violão,
sentou-se em frente a Manuela e começou a tocar e cantar músicas que resgatavam
memórias afetivas do relacionamento, foi um momento muito especial desse
processo.
Por volta das 15 horas, ela sentiu necessidade
de se recolher em um cantinho mais reservado, indo para o banheiro. Lá
permaneceu de cócoras no chuveiro com Carla por uma hora. Esse período foi
decisivo para avançar o processo porque logo depois dela retornar a seu quarto,
avaliamos e constatamos que o colo estava com
7 cm, de consistência espástica. Os BCFs do bebê continuavam firmes “tumtumtum...”
Ela e Adolfo faziam questão de ouvir o coração de Zaion, atentamente. Isso foi
bem legal para mantê-los tranquilos e seguros com o bem estar de seu filho.
De novo o
ambiente estava acolhedor, sentada na sala por quase duas horas, estive bem
consciente para observar o clima que havia se instalado ali naquele espaço
sagrado. Quando Manuela retornou do banheiro às 16 horas, gritando muito e já
exausta. Marilanda sugeriu uma reavaliação das condições do colo foi quando ela
preferiu deitar-se em sua cama porque o cansaço e esgotamento eram aparentes.
Adolfo em atitude de companheirismo, não saía de perto dela e pedia
fervorosamente a Deus para aliviar as dores de sua mulher. Observamos calmamente Manuela procurando um
cantinho da casa para se acomodar, foi para o seu quarto e se agachou aos pés da
cama. Percebemos que havia chegado a hora de organizar o cantinho para o grande
momento, a chegada de Zaion, para que ela se sentisse segura o suficiente para
liberar sua cria. Calmamente fomos dando estrutura para o cantinho escolhido.
Neste espaço de tempo a dilatação estava completa, mas o período expulsivo,
embora com duração de apenas 1 hora (das 16 e 17 hrs), foi muito DOLOROSO para
Manu, porque ela havia chegado a exaustão de sua força motora e de sua
tolerância energética.
Ao final ela
verbalizava “Não tenho mais força”. E nos olhava com expressão de pedido de
ajuda, mas nós nos mantivemos sempre firmes no propósito de fazê-la acreditar
que ela podia continuar. Este período foi muito difícil para o pai porque sua
sensibilidade e amor por Manuela partia seu coração. Quando Zaion coroou ele
chorou muito e entrando em estado de graça não perdeu um detalhe do ritual de
nascimento de seu filho. Vivenciou intensamente todas as emoções que o rito lhe
proporcionou. Adolfo deixou seu coração aberto para permitir a fluidez desta
energia sagrada. Manuela teve alteração de consciência, mantendo-se firme o
suficiente para atravessar a ponte que permite conhecer as profundezas da alma.
Rasgando a garganta de tanto gritar, ela abriu seu corpo para dar passagem à
parte mais sagrada de si mesma, dando mais sentido ao amor.
Saindo de suas
entranhas, chega Zaion para os braços de sua mãe que lhe recebeu as 17:00 de 23
de agosto de 2012, ao por do sol do inverno de Arembepe, através de seus gritos
e do choro de seu pai que lhe recebe nos braços plenos de amor! Lindo, saudável, pesando 3.200 e medindo 47
cm. Com a testinha do pai, os olhos da mãe e o cabelo claro do avô materno
segundo constatação dos próprios pais, testemunho legítimo da continuidade de
nossos laços consanguíneos. Mais um parto, mais um nascimento de uma nova
família que escolheu experienciar os limites da
capacidade daqueles que acreditam que tudo é possível quando acreditamos em
nossas escolhas. O vínculo foi automaticamente construído à base de muita
ocitocina, endorfinas e lágrimas de felicidade.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Roda de Diálogos Paternidade: experiências e questões
A Uneb,
através do projeto de Extensão Acolhendo a Gestação convida a todos
interessados pelo tema, a participarem da Roda de Diálogos Paternidade:
experiências e questões.
A proposta
visa fomentar diálogos e questões sobre a paternidade, os dilemas decorrentes
das relações estabelecidas por esta condição. Não
há uma intenção prévia de apontar diretrizes ou mesmo programas
de
discussões e ações. Estamos diante de um terreno ainda silencioso, obscuro e,
por vezes, movediço, pois refém da força da tradição do comportamento
masculino.
Preferimos
iniciar ouvindo o relato das
experiências daquele
que viveu, vive e viverá o desafio de ser pai a partir do conhecimento da
gestação do(s) seu(s) filho(s).
A
partir da desta roda de diálogos surgirão questões agregadas que podem ser
pontuadas através de algumas abordagens.
Nessa
perspectiva a UNEB através do Projeto Acolhendo a Gestação, convida a todos os
interessados pelo tema a participarem do evento Paternidade: experiências e
questões.
Auditório do
Departamento de Ciências da Vida I – UNEB Cabula.
28 de Setembro de 2012
Programação
De
8:00 h –
08:30 h Recepção
dos participantes
De
08:30 h ás
08:50 h –
Vídeo da campanha pela licença paternidade
De
08:50 h às
09:30 h Abertura
da Roda
Paternidade:
experiências e questões
Mediadores:
Onildo
Reis—Historiador
e pai de Zaya 3
anos
Marcelino
Sampaio—Enfermeiro
e pai de Melissa de 2 anos.
De
09:30 h às
10:00 h –
Lanche
De
10:00 h s às
11:30 h –
Diálogo com participantes
De
11:30 h às
12:00 h -
Encerramento e avaliação dos trabalhos.
Maiores informações
71 3117-2344 | 3117-2461
Falar com Chenia d’Anunciação
Evento gratuito e aberto a todos os
interessados pelo tema.
Emitiremos certificados aos
participantes
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